Isaac Julien: Lina Bo Bardi — um maravilhoso emaranhado

Isaac Julien: Lina Bo Bardi — um maravilhoso emaranhado
O MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand apresenta a exposição Cinco ensaios sobre o MASP — Isaac Julien: Lina Bo Bardi — um maravilhoso emaranhado. Inédita no Brasil, a videoinstalação sobre o legado de Lina Bo Bardi (1914–1992) ocupa o segundo andar do Edifício Pietro Maria Bardi. Na obra, as atrizes Fernanda Torres e Fernanda Montenegro interpretam os escritos de Lina, dando voz às suas ideias sobre o potencial social e cultural da arte e da arquitetura, especialmente a partir de sua experiência com a cultura afro-brasileira na Bahia.
Com curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP, e assistência de Matheus de Andrade, assistente curatorial, MASP, a videoinstalação é composta por nove projeções simultâneas que constroem uma narrativa não linear a partir da sobreposição de imagens de arquivo, registros arquitetônicos e performances encenadas.
Desde os anos 1980, Julien dirige e produz obras que refletem sobre a exibição e o significado da cultura material não europeia em museus de arte ocidentais, unificando dança, fotografia, música, teatro, pintura e escultura. Seu trabalho revisita figuras históricas, oferecendo novas perspectivas e subvertendo narrativas dominantes. Inspirado na visão de Bo Bardi sobre o tempo, o título da obra apresentada deriva de uma de suas reflexões: “Mas o tempo linear é uma invenção do Ocidente, o tempo não é linear, é um maravilhoso emaranhado onde, a qualquer instante, podem ser escolhidos pontos e inventadas soluções, sem começo nem fim”.
Filmado em 2018 em espaços icônicos projetados por Bo Bardi em São Paulo — no MASP, no Sesc Pompeia e no Teatro Oficina — e em Salvador — incluindo o Museu de Arte Moderna, o Restaurante Coaty e o Teatro Gregório de Mattos —, o filme conta com a participação do Balé Folclórico da Bahia, do coletivo ÀRÀKÁ, de Salvador, e do ator, diretor e dramaturgo José Celso Martinez Corrêa (1937–2023), cofundador do Teatro Oficina de São Paulo, que trabalhou em colaboração estreita com Lina.
As projeções são dispostas em telas com diferentes suportes. Algumas são fixadas à parede, enquanto outras apoiam-se em cubos de concreto, uma referência aos cavaletes de cristal idealizados pela arquiteta para o MASP. A estrutura simboliza a ideia de um museu aberto e transparente, que possibilita um encontro mais próximo do público com as obras de arte. Já a trilha sonora original, composta por Maria de Alvear, reforça o caráter imersivo e sensorial da instalação.
MASP
Edifício Pietro Maria Bardi
Avenida Paulista, 1510 – Bela Vista
São Paulo/SP, Brasil
Visitação: terças grátis, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta e quinta das 10h às 18h (entrada até as 17h); sexta das 10h às 21h (entrada gratuita das 18h às 20h30); sábado e domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h); fechado às segundas.
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