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Comigo ninguém pode é a exposição que representará o Brasil na Bienal de Arte de Veneza de 2026

A black and white triptych of three women. From left to right: a woman with voluminous curly hair, a woman with short curly hair wearing a patterned shirt, and a woman with long wavy hair.

Da esquerda para a direita: Diane Lima, Rosana Paulino e Adriana Varejão. - Créditos: Wallace Domingues, Rodrigo Ladeira e Tinko Czetwertynski.

21 October 2025

Magazine América Latina Magazine

2 min de leitura

A Fundação Bienal de São Paulo anuncia a curadoria de Diane Lima para o Pavilhão do Brasil na 61ª Exposição Internacional de Arte – La Biennale di Venezia, em 2026. As artistas Rosana Paulino e Adriana Varejão, selecionadas pela curadora, integram o projeto curatorial Comigo ninguém pode, que toma as ambiguidades da planta homônima como metáfora de proteção, toxicidade e resiliência.

A proposta destaca os diálogos que atravessam as trajetórias de ambas, nas quais reflexões sobre feridas coloniais e reinscrição da história dão lugar a constantes processos de metamorfose, articulando novas possibilidades de imaginação e liberação poética.

“Ser escolhida para conceber o Pavilhão do Brasil em Veneza é uma honra e uma grande responsabilidade”, afirma Diane Lima. “Juntas, Paulino e Varejão representam historicamente o que há de mais revolucionário quando se fala da presença das mulheres no campo da arte nacional. Suas poéticas em consonância e fricção fazem coro com as lutas dos movimentos sociais e da democracia, sem nunca perder a capacidade sensível de nos arrebatar e surpreender com alta qualidade técnica. Junto às ideias de proteção e toxicidade, Comigo ninguém pode, como um ditado popular, também refere-se ao processo de transferência do conhecimento sobre a natureza para o âmbito da vida, refletindo portanto um processo de manifestação coletiva que acontece naturalmente quando ‘comigo’ se torna um ‘nós’, se torna muitos e uma nação inteira, que usa a sua sabedoria como forma de defesa e soberania”, conclui.

“Meu trabalho e o de Rosana Paulino se cruzam na potência das feridas coloniais, matéria que estrutura o DNA de nossas obras e atravessa nossas pesquisas de modo visceral”, afirma Adriana Varejão. “Espero desenvolver com Rosana um diálogo inédito que também se conecte à arquitetura do pavilhão, ampliando as possibilidades de nossas trajetórias artísticas”, complementa. Para Rosana Paulino, “estar no Pavilhão do Brasil em Veneza, ao lado de Adriana Varejão, é a oportunidade de investigar feridas coloniais a partir de perspectivas femininas distintas que se encontram num diálogo inédito. Esse encontro propõe uma revisão da história da arte ao questionar o cânone e recuperar memórias silenciadas, abrindo caminho para novas possibilidades de futuro”.

A seleção do projeto curatorial e artístico do Pavilhão do Brasil adota, desde 2023, um sistema de avaliação composto por uma comissão de representantes das três instâncias realizadoras – Ministério da Cultura, Ministério das Relações Exteriores e Fundação Bienal de São Paulo –, que analisa projetos de curadores convidados, tornando o processo mais aberto e participativo.

https://bienal.org.br

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